quarta-feira, 23 de junho de 2010


Neste mar revolto,

Mar de vagas altas e sós

Flutua solto um momento detido

Que bem fundo, intimamente perdido

Se afunda calmamente calado

Por nessas mesmas águas ter ousado

Beber da sede da tua voz.

Em goles pequenos, bebi de nós

Bebi, e vim há superfície de mim

Neste sufoco, neste inquieto frenesim

De respirar entre as ondas ordenadas da vida

Esse fôlego ondulado, envolto em poesia

Que me fez tragar a ânsia

Da voz embargada e rouca

Onde pouco ou nada sai da boca.

Já pouco ou nada sai de nós!

A não ser na mente… o fugir urgente.

Fico ausente!

Na distância… o vazio,

Um silêncio, um adeus calado e frio.

Serei neblina somente nesse mar alto

Serei vento, e lento parto

Por entre as fortes correntes do mar

Onde não mais sei flutuar.

E o que será de nós?

De nós…

Somente ficará … o eco ta tua voz.

- Moisés Correia -

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